quinta-feira, 15 de abril de 2010

Plugin do Visual Studio 2010 para exibir o código fonte na margem

Há algum tempo sugeri o plugin RockScroll, que exibe o código fonte na barra de rolagem, destacando alguns elementos.

Agora, acabei de ver a dica do Scott Hanselman no twitter de um plugin para o Visual Studio 2010 que tem funções parecidas com o RockScroll.

Bem, não adianta eu falar muito a respeito desse plugin, o mais fácil é instalar e ver pessoalmente. Você pode fazer o download do plugin nesse link.

Rolagem no Visual Studio 2010
À primeira vista achei um pouco poluído demais, mas ele tem várias funções que podem ser desabilitadas se necessário, e o melhor, tem o código fonte disponível.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Usando reflection para simplificar nossa vida

Em um projeto que estou trabalhando (o mesmo que citei aqui), existe a necessidade de se comunicar com programas COBOL. A comunicação é feita de uma forma um tanto arcaica. Temos que passar um string contendo os diversos campos, cada um com o tamanho exato.

Digamos que precisamos passar as informações de uma nota fiscal, teríamos essa definição:
  • Data de expedição – 10 caracteres;
  • Nome do Cliente – 15 caracteres;
  • Número da nota – 5 dígitos;
  • Valor – 5 dígitos.
Ao gerar a string contendo o seguintes valores:
  • Data: 01/01/2010;
  • Nome: ALGUM NOME;
  • Número: 123;
  • Valor: 15.
Temos isso como resultado: “2010-01-01ALGUM NOME     00012300015”.

A SOLUÇÃO ANTIGA

A solução que existia para facilitar isso era gerar uma classe de acordo com a definição dos campos, que retorna a string formatada. A classe gerada ficaria assim:
class NotaFiscal 
{ 
  private string dataExpedicao; 
  private string nomeCliente; 
  private string numero; 
  private string valor; 

  public string DataExpedicao 
  { 
    get{return dataExpedicao;} 
    set{dataExpedicao = Utils.FormataCaracteres(value, 10);} 
  } 

  public string NomeCliente 
  { 
    get{return nomeCliente;} 
    set{nomeCliente = Utils.FormataCaracteres(value, 15);} 
  } 

  public string Numero 
  { 
    get{return numero;} 
    set{numero = Utils.FormataDigitos(value, 5);} 
  }

  public string Valor 
  { 
    get{return valor;} 
    set{valor = Utils.FormataDigitos(value, 5);} 
  }
 
  public string ObtemString() 
  { 
    return dataExpedicao + nomeCliente + numero + valor; 
  } 
}
Essa classe tem alguns problemas:
  • todos os dados são strings, não é usada a tipagem da linguagem (int, string, DateTime);
  • a definição de tipo e tamanho dos campos fica espalhada pelo código;
  • a ordem dos campos precisa ser verificada dentro da função ObtemString;
  • caso alguma modificação seja feita nos campos, fica ruim de dar manutenção nesse código.

A Nova solução

A solução que procurei desenvolver tinha alguns pré-requisitos, entre eles:
  • a classe não deveria ter informações relacionadas aos campos que seriam montados na string (definição de tipo, tamanho, etc);
  • poder utilizar os tipos da linguagem (int, DateTime, Enum);
  • a definição de mapeamento da classe para a string a ser gerada deveria ser clara e facilmente editável;
O caminho natural foi desenvolver algo semelhante a um Mapeamento Objeto-Relacional. Eu batizei-o de Mapeamento Objeto-Cobolar. ;)

Com isso temos uma classe de modelo, contendo os dados devidamente tipados e um mapeamento que define quais campos serão transportados para a string, o formato e a posição. Todas essas informações conseguimos obter usando reflection e o mapeamento definido.
class NotaFiscal 
{ 
  public DateTime DataExpedicao { get; set; } 
  public string NomeCliente { get; set; } 
  public int Numero { get; set; } 
  public int Valor { get; set; } 
}

<mapping class=”NotaFiscal”> 
  <field name=”DataExpedicao” Length=”10” /> 
  <field name=”NomeCliente” Length=”15” /> 
  <field name=”Numero” Length=”5” /> 
  <field name=”Valor” Length=”5” /> 
</mapping>

Como você pode ver, não é necessário definir o tipo do campo pois ele é inferido à partir do tipo utilizado no modelo. Ou seja, sabemos que um DateTime deverá ser convertido para o formato yyyy-MM-dd, um inteiro deve ser preenchidos com zeros a esquerda e uma string com espaços a direita.

Para obter a string à partir de um modelo, o que precisa ser feito é chamar um método assim:
conversor.GetString(meuModelo);

Implementando a solução

A implementação não tem muito segredo é apenas uma questão de obter cada valor do nosso modelo seguindo a definição do XML.

O ponto mais importante é a conversão do valor tipado para a string. Como cada tipo tem um formato específico, criei um conversor para cada um. Por exemplo:
class IntConverter : ITypeConverter 
{ 
  public string GetString(Field field, object value) 
  { 
       int valorInteiro = Convert.ToInt32(value); 
       return valorInteiro.ToString().PadLeft(‘0’, field.Length); 
  } 
}

Conclusão

Muitas vezes vale a pena perder um pouco de tempo desenvolvendo uma infra-estrutura que facilite o desenvolvimento. Alguns minutos perdidos no início do projeto podem salvar muitos minutos mais adiante, e, o mais importante, evitar muita dor de cabeça.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Validando bindings usando Reflection

Em um projeto que estou trabalhando percebi a facilidade de criar problemas de binding. Basicamente, ao renomear uma simples propriedade do modelo os bindings ligados a ela param de funcionar. O pior disso é que, para saber que há um problema neles, só mesmo executando as telas uma a uma. Nenhum erro de compilação é gerado.

Pra resolver esse problema, resolvi criar um teste que seja executado automaticamente no build e verifique qualquer problema nos bindings.

Relacionando o componente ao modelo

Fazer a validação do binding a princípio é bastante simples, basta buscar cada propriedade do componente que está ligada ao modelo e verificar se o modelo contém a propriedade com o nome definido no componente. Por exemplo, em um ComboBox, pegamos o nome definido no DisplayMember e buscamos no modelo se existe uma propriedade com o nome correspondente.
Porém, há um pequeno problema, no componente não há nenhuma informação dizendo qual o modelo ao qual ele está relacionado. Sem essa informação, não tem como fazer a validação.

Nesse ponto procurei criar uma forma de descobrir qual modelo está relacionado ao componente.

A convenção

O projeto está sendo desenvolvido em WinForms e adotamos o padrão MVP, mais especificamente o Passive View. Como você já deve saber, no MVP temos a camada de View (exibição) separada do Presenter (lógica da tela). A view apenas recebe os dados a serem exibidos.

Olhando a view pude ver um padrão na atribuição de valores utilizados no binding:
class View 
{ 
  public IEnumerable<Usuario> Usuarios 
  { 
    set{ algumGrid.DataSource = value; }
  } 
}

Fica claro que, ao fazer um binding temos:
  • uma propriedade do tipo IEnumerable<T>;
  • a propriedade permite escrita (contém um set);
  • dentro da propriedade atribuímos o valor ao DataSource do componente.
Com essas informações já temos uma base de como podemos verificar o binding.

Buscando o modelo correspondente ao componente

Com essa convenção, é possível descobrir quais componentes fazem binding e qual o modelo correspondente. Para isso temos de fazer duas coisas:
  1. buscar todas as propriedades das telas que sejam do tipo IEnumerable<T> e que contenham um set;
  2. para cada propriedade, obter o componente para o qual está sendo atribuído o valor.
O primeiro passo é bastante simples, via reflection conseguimos ter essa informação:
private IEnumerable<PropertyInfo> GetProperties(Type type)
{
  return type.GetProperties()
      .Where(x => x.CanWrite && EhLista(x))
}

private bool EhLista(PropertyInfo propertyInfo)
{
  return TipoEhEnumerable(propertyInfo.PropertyType) ||
    propertyInfo.PropertyType.GetInterfaces().Any(x => TipoEhEnumerable(x));
}

private bool TipoEhEnumerable(Type type)
{
  return type.IsGenericType && type.GetGenericTypeDefinition() == typeof(IEnumerable<>);
}

O segundo passo é um pouco mais complicado. Precisamos analisar o código executado, buscando o componente ao qual é atribuído o valor. Via reflection não temos acesso fácil ao código que está sendo executado, para isso foi necessário uma biblioteca externa. Basicamente, foi necessário analisar o MSIL à procura do componente.

Finalmente, Validando os bindings

Agora que já temos todas as informações necessárias, fazer a validação dos bindings é simples. Basta pegar cada propriedade do componente que faz o binding e verificar se o campo existe no modelo. Essa verificação varia conforme o componente, por exemplo, em um ComboBox simplesmente verificamos o DisplayMember e o ValueMember. Em um grid, por sua vez, é necessário verificar essas propriedades para cada uma das colunas.

Tendo a validação pronta, bastou criar um teste que busca os problemas de binding e reporta cada erro encontrado.

Código fonte de exemplo

Pra entender melhor isso, o mais fácil é olhar o código fonte.  Disponibilizei o código no GitHub, nesse repositório.

Caso você ainda não conheça o Git, recomendo a leitura desse artigo.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Download do PHP Editor 2.22

Percebi que muita gente ainda procura um programa que desenvolvi a alguns anos chamado “PHP Editor” (nome muito criativo). Ele é um editor de HTML e PHP, mas também pode ser utilizado para editar outras linguagens como Javascript, CSS e XML. Você pode criar seus sites sem custo, o programa é grátis.
PHP Editor Vou deixar aqui o link para o download da versão em português, o arquivo está hospedado no RapidShare.
O download do programa pode ser feito nesse link: Programa de instalação em português.

A versão mais recente do programa é a 2.22. Esse programa foi desenvolvido a alguns anos e infelizmente perdi o código fonte dele. Deste modo, não terei como continuar o seu desenvolvimento e nem mesmo passar para outra pessoa. De qualquer forma, para quem está contente com ele, fica aí o link.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Backup: você ainda vai querer ter o seu

No final do ano passado meu HD começou a dar problema, simplesmente parou de dar boot e aos poucos estava partindo dessa para uma melhor. Eu, assim como a maioria das pessoas, não tinha backup.

Curiosamente, na mesma semana o servidor onde estava hospedado os sites Coding Horror, o blog do Stack Overflow, o blog do Phil Haack e outros, também teve seu HD queimado. Mais detalhes aqui e aqui.

Por sorte consegui recuperar os dados do HD que estava morrendo, porém, isso serviu como um aviso alto e claro: faça backup!!
hard_drive_crash

Minha estratégia de backup

Depois desse susto, resolvi montar uma estratégia de backup para o meu micro pessoal.
O primeiro passo foi identificar os tipos de arquivos que eu tenho e a melhor forma de backup para eles. Cheguei a essa lista:
  • Código fonte – a maioria dos meus projetos já estava em repositórios do SVN, porém, o repositório fica gravado localmente;
  • Arquivos que gostaria de ter – são aqueles que seria interessante ter um backup, mas que não são essenciais. Se algo muito ruim acontecer posso obter esses arquivos por outros meios. Aqui entram as músicas, filmes, instalações de programas e assim por diante;
  • Arquivos essenciais – são aqueles que eu NÃO POSSO perder. Isso envolve desde documentos pessoais, fotos e qualquer coisa que eu queira ter seguro, mesmo que um terremoto devaste a cidade;
Com esses três tipos de arquivo em mente, montei três formas de backup que se adequam a minha necessidade.

Backup de Código Fonte

Para o código fonte, como eu já trabalho normalmente com o SVN, bastou achar um repositório online. Acabei optando pelo ProjectLocker, que oferece de forma gratuita 500MB de armazenamento para repositórios do SubVersion ou GIT.

Atualmente estou usando o SVN, mas ele é bastante lento ao trabalhar online. Nos testes que fiz com o GIT ele foi muito mais rápido. Em breve vou abandonar o SVN e converter meus projetos para o GIT.

Backup de arquivos que gostaria de ter

Os arquivos que gostaria de ter não precisam de um backup altamente seguro, por isso optei por fazer o backup localmente em um HD secundário. No caso de uma pane no HD principal ainda tenho essa cópia.

O Windows 7 oferece um bom utilitário de backup. Além de fazer o backup das pastas selecionadas ele também faz backup do sistema operacional, configurações e drivers.
Backup do WindowsATUALIZAÇÃO (07/01/2011): depois de algum tempo usando o backup do Windows, comecei a ter problemas e deixei de usá-lo. Leia esse artigo para mais detalhes.

Backup de arquivos essenciais

Para os arquivos essenciais não basta uma segunda cópia, preciso de uma segurança maior. Caso ocorra um terremoto, um tsunami ou um avião caia sobre a casa, ainda quero ter esses dados. Para isso, é necessário um backup externo, geograficamente distante da minha casa.

A forma mais prática e segura que encontrei foi utilizar um mecanismo de backup online. Existem diversas empresas que oferecem o serviço, entre os diversos produtos que testei optei pelo IDrive.
O IDrive oferece 2GB no plano gratuito, e 150GB pagando USD 4,95/mês. Na versão gratuita do IDrive é possível ganhar 10GB adicionais, basta que após se cadastrar você compartilhe os contatos do seu e-mail, permitindo que eles enviem um convite aos conhecidos.

O backup inicial, como é de se esperar, pode demorar bastante. Isso vai depender da velocidade de conexão e a quantidade de dados a serem enviados. Mas, após esse envio inicial cada backup é bem rápido, já que ele precisa enviar apenas as alterações.

Desse modo, os arquivos essenciais ficam gravados em um HD secundário e em um backup online. Ter o mesmo arquivo gravado em três locais distintos oferece uma boa segurança.

O importante não é o backup, mas sim a recuperação

Como disse Joel Spolsky em um de seus artigos recentes, o importante não é fazer backup, mas sim poder recuperar os dados.

Após fazer os backups, certifique-se que você consegue restaurar os arquivos. Guarde bem as chaves de criptografia e assegure-se que em uma emergência é possível obtê-las facilmente.